O crente e a Fé
Não há dúvida que, por parte de Deus, a fé é um dom, o primeiro dom. Mas, parece-me, por parte do crente há um belo e fundamental ato de gratuidade. É gratuito por parte do crente porque, para dar essa adesão vital, o crente não dispõe de motivos empíricos nem de razões aquietantes. Em plena escuridão, lança-se nos braços do Pai, a quem não vê, sem ter outro motivo e outra segurança senão sua Palavra. Há muita gratuidade (e mérito), por parte do crente, no ato de fé. E, repetimos, é o ato máximo de amor.
É claro que a fé adulta não é principalmente uma adesão intelectual às verdades, doutrinas e dogmas, e sim, uma adesão vital e comprometedora a uma Pessoa. Trata-se de assumir uma Pessoa e, ao assumi-la, assumir também toda sua Palavra que condiciona e transforma a vida do crente.
O crente que se entrega, salta por cima dos processos mentais, por cima dos problemas sobre fórmulas e conteúdos... e “alcança” Deus. E é assim que o Senhor se transforma em certeza.
A segurança que a raciocínio não nos pôde dar, será dada por Aquele mesmo que é o Conteúdo da fé, com a condição de ter sido aceito por meio de uma entrega "obsequiosa" e incondicional.
E então Deus, já transformado em luz (certeza) para o crente adulto, precede e preside a caravana dos crentes pelo deserto da vida, caminhando na luz e na esperança (Ex 13:30).
A noite não está escura para você
A noite é clara como o dia (Salmo 138)
Extraído Do livro Mostra-me o teu rosto. Caminho para à intimidade com Deus. De Frei Inácio Larrañaga
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