Jesus, rapsodo do Pai
“O pobre de Nazaré acabou dizendo: — Esqueci-me de dizer uma coisa: não calculem o poder do mar por sua espuma. Apesar da sua infinita ternura, o Pai possui um poder total, não se esqueçam; mas, mesmo assim, a ternura prevalece. Vamos quebrar os cadeados, trancas e correntes, vamos a soltar os pássaros e os animais enjaulados. Que surja neste mundo o milagre de uma imensa família sob os olhos do Pai. Como as sementes embaixo da neve sonham com a primavera, os pobres e os últimos estão sonhando com a vinda do reino do Amor, cheio de presentes. Já está chegando. O Pai já vem, vindo sobre as nuvens, desce na chuva, sorri nas flores, dorme no coração das mães, brinca com as crianças, vela junto dos que dormem, fortalece os fracos, faz companhia aos que estão sozinhos. Chegou o Reino de Deus, aleluia!
E não só nesse dia. Durante todo o ano Jesus andou pelos mercados e praças como um rapsodo popular, inventando parábolas, contando sonhos, para dizer-lhes, em resumo, que Deus é Pai e que nós somos irmãos.”
Extraído do livro O pobre de Nazaré, de Frei Inácio Larrañaga
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