Mas, sem dúvida, a fé de parte de Deus é dom, o primeiro dom. E de parte do crente existe um belo e fundamental ato de gratidão. É gratuito de parte do homem porque, para dar está adesão vital, o crente não dispõe de motivos empíricos nem de razões tranquilizantes. Em plena escuridão, lança-se nos braços do Pai, a quem não vê, sem ter outro motivo e outra segurança que sua Palavra. Há muita gratuidade (e mérito) de parte do homem no ato de fé. E repetimos, é o ato máximo de amor.
Entende-se, claramente, que a fé adulta não é, principalmente, aderência intelectual as verdades, doutrinas e dogmas, mas adesão vital e comprometedora a uma pessoa. Trata-se de assumir a uma Pessoa, e ao assumi-la se assume também toda sua Palavra que condiciona e transforma a vida do crente.
O crente que se entrega salta por cima dos processos mentais, por cima dos problemas, sobre fórmulas e conteúdos... E "alcança" Deus e assim o Senhor se transforma em certeza.
A segurança que o raciocínio não pode dar, nos é dada por Aquele mesmo que é o Conteúdo da fé, com a condição de que tenha sido aceito por meio de uma entrega "obsequiosa" e incondicional.
E assim o salmista afirmará que "A noite não é escura para ti, a noite é clara como o dia". (Salmo 138).
Extraído do livro Mostra-me teu Rosto, de Frei Ignácio Larrañaga.
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